- Mensagem do Ex-Governador Alceu Collares
- Mensagem do Deputado Vieira da Cunha, Presidente
da Assembléia Legislativa
- Depoimento do Senador Pedro Simon
- Depoimento do Senador Paulo Paim
- Depoimento do Jornalista Salomão Kirjner
- Mensagem do Ex-Governador Alceu Collares
Alceu Collares, ex-Governador do Estado Quando, em 1935, eu tinha
8 anos de idade, lá no meu Povo Novo, distrito de Bagé,
e tinha a preocupação maior de ajudar aos meus pais,
não fiquei sabendo que, na Capital, na Assembléia
Legislativa, um homem decidido – de origem humilde, um operário
–, sentava-se no plenário dos representantes do Rio
Grande do Sul, como deputado classista.
Eu poderia afirmar que naquele instante surgia um ícone,
um modelo a ser seguido. Todavia, isto não seria adequado
dizer, pois lá estava eu, na minha Bagé, à
margem dos eventos que ocorriam, ligados ao jovem político
rio-grandino Carlos Santos, que fazia furor na emergente metrópole.
Adequdo, sim, será dizer que seguimos, Carlos Santos e eu,
trilhas paralelas, que viriam a se cruzar somente muitos anos adiante
daquele distante 1935. Eu fui buscar, como Carlos Santos havia feito
antes, o ensino formal, como ferramenta segura para implmentação
de nossos projetos de jovens.
Fui a Rio Grande fazer as provas do exame alternativo, então
chamado de Artigo 91, no Ginásio Lemos Junior. Lá
estava a bonomia personalizada no secretário da escola, Carlos
da Silva Santos. Ele me acolheu, prestativo, estimulante, encorajador,
desde logo. Aliás, anos antes de mim, ele próprio,
no afã de recuperar o tempo consumido, sem chance de estudar,
no estaleiro onde trabalhara como aprendiz e depois mestre caldereiro,
se submetera à alternativa do estudo temporão.
Conseguimos, Carlos Santos e eu, cada um a seu tempo, o grau do
ensino médio e, avançamos, os dois, também
cada qual ao seu ensejo – nos submetendo aos exames vestibulares
– ingressando, ele na Faculdade de Direito de Pelotas, e eu
na Faculdade de Direito da URGS, de Porto Alegre.
Tornamo-nos advogados e políticos. Ele já vinha, desde
os meus oito anos, e no auge de seus trinta e um, atuando na política
sindical.
Então, segui minha vocação, endereçando-me
para a vida política e, inquestionavelmente, tinha em Carlos
Santos um exemplo a ser seguido.
E fomos os dois, em paralelo, tocando nossas vidas. Tornei-me vereador
de Porto Alegre, e ele exercia mais um mandato como deputado estadual.
Fui para a Câmara dos Deputados, em Brasília, e ele
permaneceu aqui, lutando por tudo o que acreditava e fazia questão
de honrar.
Nossa Capital, trinta anos atrás, mais do que hoje, era uma
província; conheciam-se todos. Mais ainda, quando se atuava
numa mesma área de atividade. Éramos políticos,
Carlos Santos e eu. Passamos a conviver, além disto, nossas
vidas pessoais. Conheci, mais
profundamente o chefe de família; aliás, de uma família
grande, onde ele acolhia, sob sua asa, como o patriarca do imaginário
comum, filhos, filhas, netos e chegou a conhecer bisnetos.
O homem, rigoroso e responsável chefe de clã, admirado
portador de sólida crença cristã, foi recolhendo
troféus e comendas, como a Papal, ao tempo em que também
foi semeando sua fé, mais no exemplo que emanva de seu agir,
do que propriamente de alguma persistente atuação
como devoto ostensivo. Mas, político como sempre fui, pelo
menos desde que me conheço, tenho, necessariamente, que destacar
uma marca deste personagem histórico: o Tribuno.
Não se poderá falar de qualquer ação,
de qualquer iniciativa, de qualquer instante da vida pública
de Carlos Santos, que não se ligue de forma marcante ao seu
talento como tribuno. De voz privilegiada, de empostação
correta e adequada, de cuidadoso fraseado, retocado por inegável
conhecimento da língua portuguêsa, de conteúdo
preciso, porque ou preparado com responsabilidade ou lastreado em
firme conhecimento do tema abordado – sim, Carlos Santos foi
o grande tribuno intuitivo já como jovem líder sindical,
antes e depois do marco 1935. Foi o assinalado tribuno, no vestibular
aparecimento, como o deputado estadual negro que, apenas 47 anos
após a Abolição, fazia vibrar vitrais, lustres,
paredes e sentimentos dentro da vetusta Assembléia Legislativa
do Rio Grande do Sul. Tribuno que, no Congresso Eucarístico,
expressão máxima da reliosidade católica, emocionou
multidões, endereçando sua mensagem de fé e
de esperança, que pregava melhores dias para sua categoria
funcional, os metalúrgicos.
Esse político notável, ao longo de mais de cinqüenta
anos, abrigou sob os mandatos, não apenas legislativos, que
lhe outorgaram, batalhas que defendiam direito dos pescadores e
homens do m ar, de sua região. Inscreve-se de forma definitiva,
no interesse nacional, seu projeto, transformado em política
federal, do Pró-câncer.
Dele partiu um grito pioneiro, em favor do Sul do Estado, cada vez
mais empobrecido, por suas características históricas.
O ensino público para os menos favorecidos e, quase no fim
de seus dias, ainda como parlamentar, a batalha em favor de deficientes
e idosos. Neste capítulo, justa a homenagem que tive o imenso
prazer de lhe prestar, batizando com seu nome o Centro Integrado
de Ensino Público – CIEP, de Cruz Alta, voltado para
portadores de necessidades especiais. Capítulo em que se
insere, da mesma forma, sua atuação, desde muito jovem,
em favor dos irmãos negros de sua comunidade: transformava
blocos carnavalescos, ao longo do ano, em oficinas de aprendizado.
Esse homem foi trilhando os caminhos que desbravava e chegou a um
clímax que honraria toda uma vida de dedicação
à coisa pública. Não apenas elegeu-se presidente
da Assembléia Legislativa que o acolhera, jovem, lá
no distante 1935, mas recolheu a predestinação de
fechar com chave de ouro o prédio histórico que o
ouvira debutante 32 anos antes. Ao mesmo o tempo, abria as portas
do Palácio Farroupilha. Era o ano de 1967, o mesmo que registraria
sua passagem, mais de uma vez, como governador interino do Estado.
O jovem operário; o estudante noturno; o avô estudante
de Direito – o político de toda vida, sentara-se na
cadeira de vultos da história do Rio Grande, a mesma que
caminhos paralelos levariam a sentar-me, adiante 24 anos.
Carlos Santos foi para a Câmara Federal, onde estivemos juntos
– ele, o Velho Mestre, o elegante e prestativo colega, o respeitado
parlamentar, o irretocável tribuno. Nunca se prestará
justa e completa homeagem ao deputado emérito Carlos Santos,
mas a repetição de honrarias, mesmo que
agora, póstumas, se constitue em prova inequívoca
de que o Rio Grande do Sul está engalanado neste ano em que,se
vivo, Carlos da Silva Santos completaria um Século. E eu,
como amigo que tive a honra de ser do Mestre, registro aqui minha
reverente recordação.
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- Mensagem do Deputado Vieira da Cunha,
Presidente da Assembléia Legislativa
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- Depoimento do Senador Pedro Simon
Pedro
Simon, ex-Governador do Estado É motivo de grande alegria
dar este breve depoimento pelo transcurso dos cem anos de nascimento
do deputado Carlos Santos, meu grande amigo, um dos mais destacados
homens públicos do Rio Grande do Sul, cidadão brasileiro
de escol, homem de profundo sentimento cristão.
Começo lembrando que Carlos Santos foi o primeiro parlamentar
negro eleito no Brasil, como deputado classista, função
que desempenhou na Assembléia Legislativa entre 1935 e 1937,
quando, com o início do Estado Novo, foram fechadas as câmaras
legislativas dos estados. Esse sem dúvida é um fato
notável. Vejamos: um cidadão negro, de origem humilde,
elegeu-se com pouco mais de 30 anos para o Parlamento gaúcho,
um dos estados brasileiros de mais compacta imigração
européia. O mais corriqueiro seria a eleição
de um primeiro deputado descendente de africanos em um dos estados
do Norte, e não no Rio Grande do Sul. No entanto, foi isso
que ocorreu. Isso se deve, e muito, às excepcionais qualidades
intelectuais,
espirituais e morais desse homem, desse digno rio-grandino.
Durante longos anos, convivi com Carlos Santos no parlamento gaúcho.
Foi lá que aprendi a admirá-lo e a respeitar a sua
imensa capacidade de articulação política,
de conciliação, de liderança. Era um líder
político de aguda percepção dos problemas sociais.
Vindo de uma família humilde, compreendia melhor do que todos
a imensa dívida social que esta nação tem para
com seus habitantes, em especial os mais pobres e, entre esses,
a imensa comunidade dos afro-descendentes.
Carlos Santos era um homem de espírito público, ou
seja, seus votos e sua ações eram sempre orientadas
de modo a atender o maior número de pessoas, com a maior
transparência possível, dentro da tradição
republicana riograndense. Era um homem de grande pureza. Tinha um
forte sentimento religioso que era uma inspiração
a mais no seu trabalho político. Devoto de Nossa Senhora,
era assíduo na freqüência à igreja.
Lembro agora da imensa alegria que sentimos, ele e eu, quando recebemos
uma comenda do Papa. Creio que foi a primeira vez que parlamentares
– de qualquer país do mundo – receberam um galardão
por terem feito uma edição popular, modesta, do texto
da encíclica Populorium Progressio. Queríamos com
aquela publicação despertar os cristãos para
uma necessidade de maior engajamento na vida política, na
luta pela conquista dos mais elementares direitos sociais. Com aquela
encíclica, a igreja se colocou decididamente ao lado dos
mais humildes.
Se tivesse que resumir meu apreço por Carlos Santos eu me
concentraria em duas palavras: carinho e respeito. Tenho um grande
respeito por ele. Admiro sua trajetória humana. Foi um exemplo
para todos, mas em especial um exemplo para os jovens afro-descendentes.
Guardo dele uma amizade profunda. Sempre tive muito carinho pela
sua figura generosa, calorosa.
Na sua longa vida política, eu destacaria sua passagem pela
Presidência da Assembléia Legislativa e pelo governo
do Estado, interinamente. No Poder Legislativo, desempenhou um trabalho
dos mais profícuos: concluiu e inaugurou o Palácio
Farroupilha.
Quando do seu falecimento, eu estava à frente do Governo
do Estado. Decidi que Carlos Santos – em função
do seu valioso trabalho político – deveria ser velado
naquele Palácio. Seria a homenagem do Rio Grande a um homem
que dedicou sua vida às causas mais nobres: a solidariedade,
à justiça, à igualdade, à fraternidade.
A passagem dos seus cem anos de nascimento é um bom momento
para refletirmos sobre a situação dos afro-descentes
do Brasil. Hoje a questão das etnias ganhou maior publicidade.
Debate-se agora a criação de cotas para estudantes
negros nas universidades públicas, como maneira de reduzir
um pouco o imenso fosso que se estabeleceu aqui entre os descendentes
de europeus e os de africanos. Avançamos um pouco nos últimos
anos, mas poderemos avançar mais – e mais depressa
– nos próximos anos. Ao final, quando alcançarmos
a verdadeira democracia racial, sempre poderemos dizer que a ascensão
dos negros no Brasil nasceu pelo esforço e pela dedicação
de homens públicos como Carlos Santos.
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- Depoimento do Senador Paulo Paim
Agradeço
a oportunidade de participar das justas homenagens prestadas pela
Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul à figura
extraordinária de Carlos Santos, por ocasião de seu
centenário de nascimento.
Quando do centenário de Luiz Gama, em 1982, o Deputado Carlos
Santos ocupou a tribuna da Câmara Federal para lamentar que
“uma alma, um vulto, um nome, uma expressão como Luiz
Gama passe despercebido ao ensejo de seu centenário...”
Somos nós, agora, que lamentamos que o transcurso do centenário
de Carlos Santos não tenha merecido até este momento
as homenagens devidas a um brasileiro do Rio Grande que viveu
intensamente os desafios de uma sociedade profundamente desigual
e injusta, diante dos quais afirmou sempre sua vontade indomável
e sua confiança na democracia.
Continuamos desatentos ao que realmente importa destacar, deixando
de trazer ao conhecimento das novas gerações um conjunto
de valores positivos como aqueles que impulsionaram a trajetória
de um trabalhador negro, nascido a apenas 16 anos da abolição
da escravidão.
Em diferentes situações da vida pública, tenho
feito depoimentos sobre a minha infância e adolescência,
relatando as dificuldades criadas pelo preconceito e, também,
procurando aprofundar o debate e a reflexão sobre a importância
de uma referência negra positiva.
Sofríamos na escola com o vazio, o silêncio e as distorções.
Raramente tínhamos a oportunidade de encontrar figuras negras,
ou fatos importantes referentes aos negros, nos livros didáticos.
Ainda não nos debruçamos o suficiente sobre os efeitos
na auto-estima de milhões de crianças brasileiras
causados pela negação sistemática de nossos
valores de cultura e de nossa humanidade.
Na minha juventude, o Deputado Carlos Santos foi uma referência
extremamente positiva. Era uma voz que se erguia para dizer que
os negros não serviam apenas para o samba e o futebol. Creio
mesmo que nossas afinidades, ambos negros, ele caldeireiro naval
nos estaleiros de Rio Grande e eu metalúrgico em Canoas,
vão além da identidade racial e da origem de classe.
Nossas afinidades são também muito nítidas
nas prioridades de nossa atuação parlamentar, na escolha
dos temas sociais. Cito aqui o portador de deficiência, o
idoso, os desvalidos e abandonados à própria sorte.
Conseguimos, há um ano atrás, após uma luta
árdua, a aprovação do Estatuto do Idoso e precisamos
reconhecer nesse campo o pioneirismo de Carlos Santos.
Foi ele, sem dúvida, uma das primeiras vozes do Parlamento
brasileiro a tratar o tema, denunciando com vigor “a desumana
realidade de nossas instituições sociais, que transformam,
de fato, o envelhecer, numa das maiores tragédias dos menos
favorecidos da fortuna”.
São palavras de Carlos Santos, em 28 de setembro de 1982.
Sua luta avançou e hoje está sendo tocada por muitas
mãos em todo o Brasil. Sua sensibilidade humana lhe permitiu
antever os temas realmente essenciais, aqueles que se vinculam às
aspirações mais profundas de nosso povo.
Fez política com a razão e com o coração
e, por isso, permanece conosco, nós que continuamos a lutar
nas mesmas trincheiras. Carlos Santos dedicou-se à luta contra
os preconceitos e viveu buscando os meios que permitissem que os
brasileiros pudessem viver em um país mais justo.
Nesse momento em que celebramos o seu centenário, evocamos
sua presença como fonte de inspiração para
as novas gerações.
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- Depoimento do Jornalista Salomão
Kirjner
Não
é difícil imaginar como seria o Carlos Santos centenário.
Simples, modesto como sempre foi. Atento a todos os problemas, de
seu lar ou do Pais. Buscando novas fórmulas para ajudar os
pobres ou dar apoio aos que têm algum tipo de deficiência
física. Sonhando pois no fundo sempre foi um sonhador com
um Brasil sem racismo.
Mas o Cartos Santos centenário, pela primeira vez seria visto
como um homem orgulhoso. É que, sempre com a cabeça
erguida, ele poderia olhar
para trás e ver confirmada toda a trajetória de uma
vida vitoriosa, nos mínimos detalhes.
Quantos homens públicos podem rever seus caminhos, seus atos,
suas propostas, suas promessas ou seus votos e afirmar que do rumo
certo nunca se afastaram? Carlos Santos pôde em vida e poderia
no seu centenário reafirmar: A nada a alterar." A sua
trajetória teve uma linha bem definida e dela ele não
se afastou um milímetro sequer.
O operário, o estudante, o cultor do Direito, o representante
do povo gaúcho no Legislativo estadual e na Câmara
dos Deputados, o que de pobre menino negro chegou a exercer o Governo
do Rio Grande do Sul, ainda que interinamente, o várias vezes
premiado parlamentar que presidiu a inauguração do
Palácio Farroupilha, foi o político que seguiu até
o fim a linha sem curvas, sem desvios.
O Cartos Santos centenário olharia tranqüilamente para
o passado e veria o traçado reto da linha que inspirou seus
atos, seus planos, sua vida. O autor destas páginas considera
se um privilegiado por ter podido acompanhar parte da trajetória
de Carlos santos como político, inclusive colaborando para
divulgar muitas de suas idéias. E, não há palavra
melhor para sintetizar todas, do que coerência. Nasceu pobre,
deixou para trás a linha da pobreza, mas continuou sendo
sua preocupação permanente a melhoria das condições
de vida dos menos afortunados.
Começou cedo a trabalhar, como simples operário, foi
vencendo obstáculos, conseguiu estudar até formar
se advogado.
Como não poderia deixar de ser, usou seu saber jurídico
em beneficio dos que continuaram trabalhando arduamente para sobreviver.
Preto, Carlos Santos tinha orgulho de sua cor, e uma de suas lutas
constantes foi contra o racismo, sustentando que esse mal não
estava erradicado no Brasil.
Autor de discursos brilhantes, na Assembléia e na Câmara
Federal, Carlos Santos foi um batalhador incansável pelo
prestígio do Parlamento. Ele teve oportunidade de demonstrar,
na prática, essa preocupação, com uma passagem
muito destacada pela Presidência da Assembléia; Presidência
que o levou, também, a assumir por mais de uma vez o Governo
do Estado e a comandar o ato de inauguração do Palácio
Farroupilha. O ilustre gaúcho, que já ocupara uma
cadeira na antiga Assembléia, como deputado classista, e
anos mais tarde, outra, no "velho Casarão", onde
funcionava o Legislativo estadual, teve a honra de presidir a transferência
da sede daquele Poder para o imponente edificio que ocupou a área
antes destinada ao Auditório Araújo Viana.
Para Carlos Santos, muitos episódios foram marcantes. Mas,
talvez tenha sido essa fase, da Presidência da Assembléia,
a que ficou como grande destaque da sua vida pública. Quando
o Carlos Santos Centenário olhar para trás, rever
a linha reta, que foi a marca de sua vida, certamente o Palácio
Farroupilha não escapará de sua visão. E, dentro
dele, ou ao seu redor, verá e ouvirá também,
os milhões de amigos aplaudindo o homem que nasceu
simples, modesto, morreu simples, modesto, mas deixou, em sua vitoriosa
caminhada por esta Terra, o maior exemplo de dignidade. E deixou
palavras e mensagens como estas, que merecem ser reproduzidas, extraídas
do discurso com o qual deu por inaugurado o Palácio Farroupilha,
dia 20 de setembro de 1967: "Ao instalar, solenemente, neste
Plenário a primeira Sessão da Assembléia Legislativa
do Estado em sua nova sede, o faço tomado de profunda emoção,
com o pensamento voltado para Deus. Na imensurável grandeza
dos divinais desígnios é que vamos haurir energias
para enflorar esta
Casa com as excelências mais altas da vida parlamentar rio
grandense e oferecer assim, sob a mais viva inspiração
cívica do nosso espírito público, tudo quanto
de nós depender possa para o aprimoramento e defesa da democracia.".
Salomão Kirjner, Jornalista.
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